18 junho 2009

Quem tem amigos tem um tesouro

Fim de semana bom é quando passamos ao lado de pessoas que partilham dos mesmos ideais, dos mesmos sentimentos que os nossos, que tem a mesma afinidade que as nossas.

De quê eu estou falando? De amigos. Amigos mesmo, não são colegas, não são parceiros, nem sócios, nem companheiros de vida. São amigos.

Amigo é aquele que ri, chora, tira sarro, condena, apoia, se preocupa, e ainda sabe muito só de olhar pra gente.

Quem tem um amigo tem um tesouro, quem tem dois é feliz, quem tem três ou mais então, esse é abençoado.

Final de semana passado - dia 13.06.09 - eu me encontrei com minha terceira família. Digo terceira porque é composta da grande maioria de amigos que viveram momentos maravilhosos ao meu lado, sofreram comigo, cresceram ao meu lado e ainda parece que o tempo não os afastou de mim, parece que nunca estivemos longe uns dos outros.

Momentos maravilhosos de sarro, de piada, de choro, de histórias, de combinar novas aventuras e relembrar as que mais nos marcaram.

Foi um final de semana maravilhoso. Foi quase que ficar umas quatro horas tocando guitarra numa banda simplesmente pelo prazer de tocar. Valeu todo o tempo gasto. Digo valeu porque renova a alma e reaviva a criança inerte dentro de nós.

A vocês, meus amigos da banda anuncia-me, um abraço saudoso, um obrigado do tamanho do amor de Deus e um gostinho de quero mais na certeza que breve nos veremos de novo.

Um beijo no coração de cada um.

17 junho 2009

Paciência aos que não me entendem

Impressionante como alguns sentimentos ruins consomem o ser humano, né!

É tanta energia consumida para alimentar determinado sentimento e fazê-lo crescer dentro da pessoa que o efeito desse investimento é totalmente prejudicial à saúde.

Mas o que mais impressiona não é a capacidade de conter e alimentar esses sentimentos, é descobrir que as causas na maioria das vezes são "bobagens" (tá certo! O que pode ser bobagem para mim não o será para outro.)

Digo bobagens porque em alguns casos são como dores que não nos dizem respeito mas porque temos nossa opinião formada, quando nos deparamos com algo que não concordamos, tomamos partido e acabamos por alimentar sentimentos ruins.

Sinceramente, venho me policiando para não alimentar tais sentimentos. Sei que quando me deparo com situações assim tenho um desgaste enorme para conter o ímpeto de alimentar meus sentimentos mas também é só naquele momento, depois passou, e não sofro nem um pouco pela página que virei.

Confesso que tenho me sentido mais leve. No entanto, ainda não consegui me desvencilhar das emoções que sinto pelas pessoas que me afetam por não concordarem com meus atos de perdão e de compreensão típicos de quem busca um desenvolvimento espiritual.

A essas pessoas digo apenas que me importa mais a paz de espírito do que as consequências que virão à minha saúde por alimentar sentimentos ruins e que podem me afastar do que de mais precioso Deus me reservou, a guarda de uma vida tão indefesa, meu filho. O sorriso dele vale qualquer frustração, decepção, desilusão e desencanto que alguém pode me proporcionar. Ele se não é o principal motivo, contribui em muito para que eu seja melhor a cada dia.

A essas pessoas digo apenas ao final do dia nas minhas orações - Senhor, perdoai-os porque não sabem o que fazem.

08 junho 2009

1969 errou

de Ruy Castro

RIO DE JANEIRO - Era 1968, 69, por aí. Ia nascer uma nova consciência, uma nova cultura, uma nova era, diziam. Todos teriam o direito de ficar na sua, chamar uns aos outros de bicho e nunca mais tomar banho. Uma geração que até bem pouco se deliciava com Ovomaltine e Grapette estava agora descobrindo a maconha, o ácido, a mescalina, o cogumelo, o ópio e outras substâncias proibidas.
Os novos heróis eram escritores como Carlos Castaneda, Timothy Leary, William Burroughs. Até o venerando Aldous Huxley, morto desde 1963, fora "redescoberto". Em seus livros, eles demonstravam como as drogas abriam as "portas da percepção" e revelavam fabulosos mundos interiores, tornando seus usuários pessoas especiais, talvez até superiores.
A certeza de que as drogas seriam privilégio de uma plêiade adulta e responsável fez com que muitos pregassem sua liberação, mesmo que pessoalmente não se interessassem por nada mais radical do que fumar cachimbo ou mascar chicletes. Mas, para a imaginação liberal daquele tempo, era irresistível o argumento de que ninguém, muito menos o Estado, poderia proibir o cidadão de dispor de seu corpo e de "expandir sua mente".
Bem, isso foi há 40 anos. Por mais mentes "expandidas", ninguém então imaginou as cenas que vemos hoje pelo Brasil: gerações convertendo-se ao tráfico para sustentar sua dependência, crianças de 8 anos fumando crack nas esquinas e morrendo à luz do Sol, e bocas de fumo controladas até por patuscas e insuspeitas mães de família.
Quem poderia prever que aquele sonho mágico se tornaria um negócio de bilhões -o narcotráfico-, responsável pelo esgarçamento do tecido social, a destruição de famílias em massa, a corrupção da polícia, os assassinatos sem conta, a vitória do submundo? Decididamente, 1969 errou longe.

Artigo da Folha de São Paulo postado por Artigos em 01/06/09

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Cabe aqui uma reflexão.
Até que ponto conseguimos prever os impactos futuros de nossas ações?
Até a próxima.

06 junho 2009

O segredo da concha

Existem dois mundos, o mundo de todos e o mundo do eu.
O mundo de todos é lindo, simples, alegre.
O mundo do eu é complexo, nem sempre bonito, nem sempre alegre.

O mundo de todos é um conhecido bem-vindo.
O mundo do eu é um eterno desconhecido.

Por ser tão pequeno, o mundo do eu é quase uma concha.
Onde cabe um nem sempre cabem dois, quanto mais outros mais...

No mundo do eu existe uma concha.
A concha é tão pequena que nem mesmo quem nele vive às vezes a encontra.

"Onde diabos coloquei minha concha?" 
Diz o morador do mundo do eu.

Ele procura, procura, procura. 
Não achando, decide ir ao mundo de todos.

E lá, no mundo de todos, 
percebe onde a concha está no mundo do eu.

Olhando melhor 
enxerga que a concha é o mundo do eu.

16 maio 2009

Frase de impacto

Definitivamente, embora eu goste de escrever, ando tendo dificuldades para manter a disciplina.
Primeiro por questões de tempo mesmo. Segundo porque os assuntos vêm e vão, e quando finalmente decido escrever, não me lembro deles.

Bom, dessa vez vou aproveitar uma frase do greenpeace:

"quando a última árvore tiver caído,
quando o último rio tiver secado,
quando o último peixe for pescado,
vocês vão entender que dinheiro não se come."

Posso ser apenas mais um paranóico bitolado querendo gritar ao mundo que o planeta precisa ser salvo, precisa ser levado a sério, precisa ser melhor cuidado, enfim, precisa ser amado como ele realmente merece mas a verdade é que não estou errado.

Quando a gente fica ligado nos sinais aprende cedo a cuidar e proteger, e aprende também que nós ganhamos na mesma proporção em que doamos.

O que nós, homens, demos ao planeta?

Pois é! Bom pensar a respeito.

01 abril 2009

Uma nova vida

Desde o dia 17 de março de 2009 minha vida mudou.

Meus horários têm sido de 2 x 2 (duas horas de sono, duas horas de vigília).
Confesso que no começo estava ficando um tanto cansado mas todas as vezes que recebo um sorriso (diga-se de passagem não são poucos) esqueço desse horário maluco que me foi imposto enquanto pai.

Sei que não sou o primeiro, tampouco serei o último mas de uma coisa tenho certeza, qualquer um que se tornar um progenitor, seja pai ou mãe, vai achar a maravilha das maravilhas. 

Sempre me diziam que a vida muda e eu já esperava isso, só não esperava que seria de dedicação integral. Tudo, literalmente tudo, é planejado de acordo com a disponibilidade existente quando não sou exigido pelo pequeno.

Aliás, esse pequeno é tudo. É um novo sentido, é a aplicação de um aprendizado e observação de anos que me foram passados por meus pais e aprendidos na vida. Mesmo nos sustos, na correria de procurar médico quando o bicho tá pegando, no desespero em querer entender cada choro, no cuidado em não machucar esses membros tão frágeis, tudo é aplicação e ao mesmo tempo aprendizado.

Esses últimos 5 dias foram desesperadores desde o momento em que ele ficou roxo perdendo o fôlego. Ver os médicos dando agulhadas num braçinho tão frágil prá tirar sangue, depois furando as mãos para colocar soro, os enfermeiros amarrando para que ele não se movimentasse, a ausência dele em casa pela internação na uti neonatal... literalmente me senti um incompetente como pai. Me vi totalmente frágil por estar ali sem saber o que fazer. Justo eu que sempre quis ter controle das coisas.

Nesses 5 dias meu maior aprendizado foi admitir minha fragilidade nas coisas, aceitar minhas limitação enquanto pessoa e simplesmente aprender a empregar a fé, pois é a única coisa que nos sobra quando não sabemos mais o que fazer, acreditar que tudo vai se arrumar, de alguma maneira.

Tô amando! Tô amando muito ser pai! 

27 março 2009

Desejo

Título original: Os votos
Sérgio Jockyman

Pois, desejo primeiro que você ame
e que amando, seja também amado,
E que se não o for, seja breve em esquecer
e esquecendo, não guarde mágoa.

Desejo depois que não seja só, mas que se for, saiba ser sem desesperar.

Desejo também que tenha amigos e que,
mesmo maus e inconseqüentes, sejam corajosos e fiéis,
E que em pelo menos um deles você possa confiar,
que confiando, não duvide de sua confiança.
E porque a vida é assim,
desejo ainda que você tenha inimigos, nem muitos nem poucos,
Mas na medida exata para que, algumas vezes,
você se interpele a respeito de suas próprias certezas
E que entre eles haja pelo menos um que seja justo,
para que você não se sinta demasiadamente seguro.

Desejo, depois, que você seja útil, não insubstituivelmente útil,
Mas razoavelmente útil.
E que nos maus momentos, quando não restar mais nada,
Essa utilidade seja suficiente para manter você de pé.
Desejo ainda que você seja tolerante,
não com os que erram pouco, porque isso é fácil,
mas com aqueles que erram muito e irremediavelmente,
E que essa tolerância não se transforme em aplauso nem em permissividade,
Para que assim fazendo um bom uso dela,
você dê também um exemplo para os outros.

Desejo que você, sendo jovem, não amadureça depressa demais
e que, sendo maduro, não insista em rejuvenescer
e que, sendo velho, não se dedique a desesperar.
Porque cada idade tem o seu prazer e a sua dor e
é preciso deixar que eles escorram dentro de nós.

Desejo, por sinal, que você seja triste, mas não o ano todo,
nem em um mês e muito menos numa semana, mas apenas por um dia.
Mas que nesse dia de tristeza, você descubra que o riso diário é bom,
o riso habitual é insosso e o riso constante é insano.

Desejo que você descubra com o máximo de urgência,
acima e a despeito de tudo,
Talvez agora mesmo, mas se for impossível, amanhã de manhã,
que existem oprimidos, injustiçados e infelizes,
e que estão à sua volta, porque seu pai aceitou conviver com eles.
E que eles continuarão à volta de seus filhos,
se você achar a convivência inevitável.

Desejo ainda que você afague um gato, que alimente um cão
e ouça pelo menos um joão-de-barro erguer triunfante o seu canto matinal.
Porque assim você se sentirá bem por nada.

Desejo também que você plante uma semente,
por mais ridícula que seja, e acompanhe o seu crescimento dia-a-dia,
para que você saiba de quantas muitas vidas é feita uma árvore.

Desejo, outrossim, que você tenha dinheiro,
porque é preciso ser prático.
E que, pelo menos uma vez por ano,
você ponha uma porção dele na sua frente e diga:
Isso é meu. Só para que fique bem claro quem é dono de quem.

Desejo ainda que você seja frugal, não inteiramente frugal,
não obcecadamente frugal, mas apenas usualmente frugal.
Mas que esse frugalismo não impeça você de abusar quando o abuso se impõe.

Desejo também que nenhum dos seus afetos morra, por ele e por você.
Mas que, se morrer, você possa chorar sem se culpar e sofrer sem se lamentar.

Desejo, por fim, que sendo mulher você tenha um bom homem,
E que sendo homem, tenha uma boa mulher.
E que se amem hoje, amanhã, depois, no dia seguinte, mais uma vez,
E novamente, de agora até o próximo ano acabar,
E que quando estiverem exaustos e sorridentes,
ainda tenham amor para recomeçar.

E se isso só acontecer, não tenho mais nada para desejar.

06 março 2009

Reflexões

Muito interessante esse texto do recanto das letras. Clique no link abaixo:

Porque traímos?

A dor do não vivido

Carlos Drummond de Andrade

Definitivo, como tudo o que é simples.
Nossa dor não advêm das coisas vividas,
mas das coisas que foram sonhadas
e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor?
O certo seria a gente não sofrer,
apenas agradecer por termos conhecido
uma pessoa tão bacana,
que gerou em nós um sentimento intenso
e que nos fez companhia por um tempo razoável,
um tempo feliz.

Sofremos por quê?
Porque automaticamente esquecemos
o que foi desfrutado e passamos a sofrer
pelas nossas projeções irrealizadas,
por todas as cidades que gostaríamos
de ter conhecido ao lado do nosso amor
e não conhecemos,
por todos os filhos que
gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,
por todos os shows e livros e silêncios
que gostaríamos de ter compartilhado,
e não compartilhamos.
Por todos os beijos cancelados pela eternidade.

Sofremos não porque
nosso trabalho é desgastante e paga pouco,
mas por todas as horas livres
que deixamos de ter para ir ao cinema,
para conversar com um amigo,
para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe
é impaciente conosco,
mas por todos os momentos em que
poderíamos estar confidenciando a ela
nossas mais profundas angústias
se ela estivesse interessada em nos compreender.

Sofremos não porque nosso time perdeu,
mas pela euforia sufocada.
Sofremos não porque envelhecemos,
mas porque o futuro está sendo confiscado de nós,
impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam,
todas aquelas com as quais sonhamos e
nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido?
A resposta é simples como um verso:
Se iludindo menos e vivendo mais!!!
A cada dia que vivo,
mais me convenço de que o
desperdício da vida
está no amor que não damos,
nas forças que não usamos,
na prudência egoísta que nada arrisca,
e de que, esquivando-se do sofrimento,
perdemos também a felicidade.
A dor é inevitável. O sofrimento é opcional.

04 março 2009

37 semanas


Caraca!

Tá chegando e eu me sinto totalmente perdido.

Sensação completamente nova. Ao mesmo tempo que estou feliz porque ele tá chegando estou angustiado por não saber se conseguirei ser um bom pai.

Deus! É tudo o que sempre quis. 

E depois de tanta luta, tanto sofrimento, depois de perdidas as esperanças, quando nem imaginava mais que seria capaz, aparece esse milagre de Deus.

O nome dele? João Lucas.

João por ser um agraciado por Deus, por ser um presente Dele.
Lucas por ser luminoso, por iluminar a vida.

João por ser o discipulo amado e fiel.
Lucas por ser o discipulo com preocupações curativas.

João por ser o primeiro nome de meu pai.
Lucas pelo fato de o discipulo se dedicar a Mãe de todos nós.

João por representar um caráter forte e ao mesmo tempo sereno.
Lucas por trazer paz, calma e temperança.

João Lucas,  seja bem-vindo em minha vida.

Que Deus me dê as condições para te ensinar todas as virtudes necessárias para ser diferença nesse mundo tão maluco.

Que Deus me dê condições de ser para você o que seu avô foi para mim.

Não demora muito pra chegar, viu.

Te amo, meu filho.

20 fevereiro 2009

Já dizia Raul...

Alguém sabe o que é viver de novo uma emoção?

Alguns dizem que é tão impossível quanto a água passar duas vezes na mesma curva do rio.
E eu devo concordar. É a mais pura verdade.

A mesma emoção é difícil, mais provável que ela seja mais ou menos intensa, mas a mesma é difícil.

Porém, ainda assim pode ser a mesma emoção. 
Mas porque seria a mesma emoção?

Porque ela demora tanto para acontecer que quando acontece já não temos memória pra saber se foi na mesma intensidade da anterior.

Oras!!! Algumas coisas dão a noção de que pode ser a mesma coisa.
A sensação de parecer adolescente, de novidade, de curiosidade, de inexperiência.

Mas acaba não sendo a mesma coisa mesmo porque existe a experiência.
E experiência nos faz deixar de ser meninos ingênuos e livres de conceitos.
Ela acaba estragando a pura emoção.

Claro que não pode ser a mesma emoção. 
Quando ela vem novamente já tem conceitos do aprendizado anterior.

Ehhh!!!!
A cada nova emoção vamos deixando de ser felizes.
Nossas experiências anteriores acabam influenciando na pureza da emoção.

Raul Seixas estava certo ao dizer que "ninguem neste mundo é feliz tendo amado uma vez".
Depois da primeira emoção nada mais consegue ser tão intenso a  ponto de superá-la.

Ai fica o saudosismo...

17 fevereiro 2009

...Queria muito entender isso!


Estranho. Fazia algum tempo que essas neuras da lingua portuguesa não populavam minha mente. Agora, com a reforma ortográfica, volto a vigiar meus escritos.

A frase no título recentemente me chamou a atenção. E lá fui eu para minhas pesquisas insanas entender o tal do “pretérito imperfeito do indicativo”.

A wikipédia diz que “expressa o passado inacabado, um processo anterior ao momento em que se fala, mas que durou um tempo no passado, ou ainda, um fato habitual, diário. Por isto, chama-se este tempo verbal de pretérito imperfeito, pois não se refere a um conceito situado perfeitamente num contexto de passado.”

“Coisa maluca, sô! Tinha que ser língua inventada por português mesmo.” Pensei eu com meus botões. Aí percebi que outras línguas também possuem o tal do “imperfeito” e provavelmente não haverá sido invenção dos portugueses.

Bom! Encucado com a tal da escrita fui logo dar um jeito de pegar uma cartilha e voltei a navegar (tô começando a achar que nasci para ser marinheiro. Qualquer coisinha e já tô eu navegando). E não é que achei um guia prático da Michaelis. Mas o guia não fala nada do tal "imperfeito". Imaginava eu, em minha simplória ingenuidade, que a nova ortografia ia além de meras alterações de acentuação ao ponto de chegar às regências verbais. Ledo engano!!!!!

Quer saber! Perdi a paciência. Imperfeito é imperfeito. Diz que quer mas não quer, que tem vontade mas passou, que deseja mas já acabou.

Tô chegando à conclusão que português é uma língua imperfeita...

08 fevereiro 2009

A cada dia o mundo morre um pouco

(Interpretar é uma arte- capítulo I)

Uns dias atrás ouvi de um amigo que "a cada dia o mundo morre um pouco".
Como estava muito atarefado concordei e voltei aos meus afazeres de profissional, mas aquilo ficou em minha memória.

Claro, né! Se quando não tinha um vivente dependente total de mim preocupava-me a idéia da inexistência de recursos suficientes em nosso sofrido planeta para atender os cada vez mais sedentos sanguessugas humanos (já estou me adequando à nova regra ortográfica), agora que tenho um, fico mais do que preocupado no que posso fazer para salvar a cada vez mais árida Terra para que ele tenha um pouco da qualidade que um dia tive.

Então! Comecei a observar o quanto somos acomodados com nosso egoísmo, nosso mundinho. No local onde trabalho foi determinado que qualquer lixo deveria ser classificado como papel, ou metal, ou plástico, ou lixo orgânico, ou não reciclável 

Parece fácil mas não é. Várias e várias vezes, ao me direcionar ao lixo coletivo e ficar ali pensando em qual lixeira eu deveria colocar um papel laminado ou envelopes de carta onde papel e plástico convivem como se fossem uma coisa só, observei que as pessoas simplesmente chegam lá e largam seus dejetos na lixeira que estiver mais próxima.

Sim, senhores, isso é vergonhoso! Duplamente vergonhoso! Primeiro pelo fato de eu não saber classificar em qual lixeira devo "desovar" meu inútil objeto. Segundo, por verificar que as pessoas nem se dão ao trabalho de ficar ali uns meros 3 segundos para pensar e classificar corretamente o lixo produzido.

Pasmem, senhores e senhoras, mas não é só isso. Observei que muitos humanos sanguessugas, em sua preguiça ou afazeres excessivos, são incapazes de se levantar de suas mesas e se deslocar até uma lixeira coletiva para ali classificar seu lixo diário. O que é isso? O famoso conflito da vida moderna chamado "preciso de mais tempo" e o tempo cada vez menor?

Pois é! Como solução eles adquiriram por conta própria uma lixeirinha para colocar sob suas mesas e ali depositar seus restolhos. E olhem que a empresa havia retirado todos os que existiam e ainda eram identificados com sua logomarca. Mas voltando ao assunto, ao final do dia eles nem levam à lixeira coletiva. Deixam lá para alguém da limpeza fazer o óbvio. Pelo menos alguma coisa boa dá prá observar,  geração de emprego continua...

Aí, ao final do expediente, quando pude me dar ao luxo de parar um pouco e conversar, resolvi retornar àquele meu amigo do início do texto prá trocar opinião sobre o que observei. Chego em sua mesa e observo que ele também tinha muitas coisas prontinhas para serem levadas às lixeiras seletivas (mas pelo menos ele tira um tempinho e deixa lá!).

Sentei à sua frente e comecei o assunto dizendo: "sabe aquela frase onde você disse que a cada dia o mundo morre um pouco?" Aí ele em sua profunda praticidade me responde: "Sei. Pois é! Para nós, em cada dia vivido o mundo morre um pouco. E olha que esse mundo não vai acabar nunca..."

A conversa mudou totalmente de rumo...

25 janeiro 2009

Pensamento voa

Penso em você...

...não como está, mas como estaria.

...não como era, mas como seria.


...não tão longe, mas estando longe.


...não tão perto, mas decerto.
..

...não chorando, mas sorrindo.


...não implorando, mas doando.


...não amando, mas enganando.


Penso em você.