01 abril 2009

Uma nova vida

Desde o dia 17 de março de 2009 minha vida mudou.

Meus horários têm sido de 2 x 2 (duas horas de sono, duas horas de vigília).
Confesso que no começo estava ficando um tanto cansado mas todas as vezes que recebo um sorriso (diga-se de passagem não são poucos) esqueço desse horário maluco que me foi imposto enquanto pai.

Sei que não sou o primeiro, tampouco serei o último mas de uma coisa tenho certeza, qualquer um que se tornar um progenitor, seja pai ou mãe, vai achar a maravilha das maravilhas. 

Sempre me diziam que a vida muda e eu já esperava isso, só não esperava que seria de dedicação integral. Tudo, literalmente tudo, é planejado de acordo com a disponibilidade existente quando não sou exigido pelo pequeno.

Aliás, esse pequeno é tudo. É um novo sentido, é a aplicação de um aprendizado e observação de anos que me foram passados por meus pais e aprendidos na vida. Mesmo nos sustos, na correria de procurar médico quando o bicho tá pegando, no desespero em querer entender cada choro, no cuidado em não machucar esses membros tão frágeis, tudo é aplicação e ao mesmo tempo aprendizado.

Esses últimos 5 dias foram desesperadores desde o momento em que ele ficou roxo perdendo o fôlego. Ver os médicos dando agulhadas num braçinho tão frágil prá tirar sangue, depois furando as mãos para colocar soro, os enfermeiros amarrando para que ele não se movimentasse, a ausência dele em casa pela internação na uti neonatal... literalmente me senti um incompetente como pai. Me vi totalmente frágil por estar ali sem saber o que fazer. Justo eu que sempre quis ter controle das coisas.

Nesses 5 dias meu maior aprendizado foi admitir minha fragilidade nas coisas, aceitar minhas limitação enquanto pessoa e simplesmente aprender a empregar a fé, pois é a única coisa que nos sobra quando não sabemos mais o que fazer, acreditar que tudo vai se arrumar, de alguma maneira.

Tô amando! Tô amando muito ser pai!