13 junho 2006

Sentimentos

(recebi em slides por e-mail. Não sei o autor.)
SAUDADE...
é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e...
não consegue.

LEMBRANÇA...
é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.

PREOCUPAÇÃO...
é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair do seu pensamento.

INDECISÃO...
é quando você sabe muito bem o que quer...
mas acha que devia querer outra coisa.

INTUIÇÃO...
é quando seu coração dá um pulinho no futuro e...
volta rápido.

PRESSENTIMENTO...
é quando passa em você um trailer de um filme que...
pode ser que nem exista.

VERGONHA...
é um pano preto que você quer para se cobrir naquela hora.

ANSIEDADE...

é quando sempre faltam alguns minutos para o que quer que seja.

INTERESSE...

é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.

SENTIMENTO...
é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.

RAIVA...
é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.

TRISTEZA...
é uma mão gigante que aperta o coração.

FELICIDADE...
é um agora que não tem pressa nenhuma.

LUCIDEZ...
é um acesso de loucura ao contrário.

RAZÃO...
é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e...
assume o comando.

AMIZADE...
é quando você não faz questão de você
e se empresta para os outros.

07 junho 2006

Certeza

Muitas vezes vi este trecho escrito em diversos lugares. Umas diziam que o autor era Fernando Pessoa (Português), outras que pertencia a Fernando Sabino (Brasileiro).
Verdade seja dita. Este pequeno trecho faz parte do final da primeira parte do livro "O encontro marcado" de Fernando Sabino, que, INFELIZMENTE, faleceu na primavera de 2004, deixando, nós, brasileiros, mais uma vez órfãos de grandes referências para leitura.

A seguir, o trecho:

“De tudo, ficaram três coisas:
a certeza de que ele estava sempre começando, a certeza de que era preciso continuar e a certeza de que seria interrompido antes de terminar. Fazer da interrupção um caminho novo. Fazer da queda um passo de dança, do medo uma escada, do sono uma ponte, da procura um encontro.”

E agora em poema, com algumas modificações:

Certeza
De tudo, ficaram três coisas:
A certeza de que estamos sempre começando...
A certeza de que é preciso continuar...
A certeza de que seremos interrompidos antes de terminar....
Portanto, devemos
Fazer da interrupção um caminho novo ...
da queda um passo de dança...
Do medo, uma escada...
Do sonho, uma ponte...
Da procura, um encontro...
(Livro O encontro marcado, de Fernando Sabino, 1923-2004)

02 junho 2006

YIN SEM YANG (poema)

E lá estava ela, à minha frente,
Os olhos observando,
sendo observados.
Castanho-amendoados, hipnóticos,
agora desafiantes.

Fora os olhos, os cabelos,
Antes negros e brilhantes,
Agora sei lá,
Nem negros, nem caju, nem vermelhos,
Intocáveis e presentes,
Completando as profecias do olhar.

E como se ainda não bastasse
Seus lábios movem,
Não o movimento sedutor
dos amantes em beijo ardente
Mas de negação, de secura
Do deserto imposto em um coração.

Um coração que por mais protegido,
Revestido pela silhueta de uma dama
elegante, bela e educada,
Agora assemelha às muralhas da China,
Intermináveis, altas
Perdendo-se ao longe no horizonte.
Qualquer vivente desanima e impressiona só de olhar.

Fora essa muralha frente aos olhos,
Ainda ressoava uma canção
Nem triste nem alegre, melancólica,
notas de uma voz doce e delicada,
Que agora se tornam pausas,
Síncopes desconcertantes e destrutivas
Vindas de algum lugar.

Não há tempo, elementos ou contexto,
Não há fim nesse momento,
Sós, a seção de um em dois,
a meiose, a vida continua,
Incompleta, incorreta, incerta,
Um Yin sem um Yang.