17 maio 2006

O Pequeno Príncipe - Sou brasileiro e não desisto nunca (parte III)

Somos carentes, uns carentes de necessidades financeiras, outros de necessidades sociais, mas todos de sentimentos.
Aliás, o combustível de todos os homens é o sentimento, tanto bom quanto ruim. Todos nós buscamos o reconhecimento do valor pessoal, buscamos ser de alguma importância para um determinado grupo ou, pelo menos, para alguém.
Outro sentimento extremamente vinculado ao reconhecimento é a confiança. Somente nós sabemos o nosso real valor, a dimensão exata que ele tem, portanto nada mais justo que pensarmos duas vezes antes de confiarmos tanta preciosidade nas mãos de outrem. O mesmo vale no caminho inverso, o grupo ou a pessoa também vai ponderar bastante até confiar plenamente (Falar de confiança é assunto pra mais de metro, então vamos falar somente sobre ela num outro momento). Mas, ainda no assunto confiança, de uma coisa sabemos: ela está intimamente ligada à conquista, à maneira de dar atenção, ao cuidado dedicado ao outro.
Pronto! Conquistou?
Então quebrou a barreira da confiança!
Confiou?
Então não pode vacilar porque está cuidando de algo muito valioso e imensurável: o sentimento do outro. Em outras palavras, alguém criou um sentimento por você e espera que você não o decepcione. Qual sentimento? Bem! Varia do tipo de relação que há entre cada um. Profissional, financeira, emocional, psicológica, por afinidade... Por aí vai.
Todos somos responsáveis pelos cuidados do outro e é isso que fará a diferença. Todos nós nos tornamos importantes, o que muda é a maneira como nos mantemos e cuidamos dessa importância. Simples, mas também complexo. Simples porque conquistar é fácil, complexo porque lidamos com o outro, com os sentimentos do outro, e o outro é sempre uma caixinha de surpresas.
Tudo bem! Não é motivo de preocupação. Haverá erros, haverá tropeços, mas um pequeno detalhe NUNCA, NUNCA MESMO, deverá ser esquecido: a constante preocupação e o cuidado com o outro, com as conseqüências dos atos feitos ou não feitos, das palavras ditas ou não ditas. Qualquer estrago feito por ação ou palavra deve ser corrigido o mais rápido possível porque, em última instância, o que está em jogo é a conquista, a confiança, a pessoa que se tornou cativa de nós por confiar o que tem de mais importante, seu valor.

Todos somos príncipes, todos somos ricos, pois todos temos muitas riquezas que a cada dia crescem mais, as pessoas, suas afinidades, seus valores, e a importância que nos dão por nos oferecerem suas pérolas. Saint Exupéry foi muito feliz em seu livro O pequeno príncipe.
Nossos governantes precisam ler histórias infantis, pelo menos eles aprenderiam a ver que nós mantemos nossos valores desde a infância, embora estejamos crescidos. Aí eles veriam também que não é preciso investir tanto dinheiro para ser eleito e para atingir uma determinada meta, basta a conquista da confiança por realmente proporcionar a nós todos o que necessitamos, o nosso reconhecimento como gente, como nação, como um povo merecedor de dignidade por ter um valor único, o de ser brasileiro. Aos governantes deixo a frase:
“Tu te tornas inteiramente responsável por aquilo que cativas”

Nenhum comentário: